Quando eu comecei a poder escolher o que comer a picanha sangrenta e gordurosa era minha escolha. Como eu adorava! Meu negócio era um filé alto, quase cru. Brigava com quem queria comer carne mas não queria ver sangue.
Em 1997 eu fui pro Pantanal e vi os novilhos empilhados em caminhões na estrada, fiquei 6 meses sem comer minha adorada picanha sangrenta porque entendi que a sociedade de humanos ultrapassa todos os limites do que é certo em relação aos animais e que NÃO ERA JUSTO.
Voltei a comer depois de 6 meses de choque, muito chateada pelo meu paladar ser mais forte do que minha consciência. Eu precisava comer carne, não por ciência, pois por ciência ninguém precisa, mas porque eu gostava mesmo. E isso era muito importante pra mim. De um jeito que eu não conseguia explicar. Aí desencanei e comecei a comer coelho, ovelha, e qualquer coisa que me servissem. Achava que a indignidade do ser humano era cultural e a aceitava como cultura.
Em 2009 comecei a @Celebridade Vira-Lata e a informação sobre como os animais são tratados começou a despencar na minha cabeça. Eu queria muito ser vegana, até que começou a despencar na minha cabeça também um lado do movimento vegano que me agredia sem me conhecer…. me decepcionei, passei a achar que aquele lado arrogante, agressivo e julgador era o veganismo e, por mais que a informação escancarasse na minha vista, eu achava que não precisava me preocupar em veganizar pois o movimento era conduzido com ódio e não amor. Estava convenientemente equivocada, já que esse equívoco atendia minha fraqueza de paladar e seguia aceitando a cultura bizarra que banaliza a crueldade.
Em 2011 comecei a praticar yoga e comer carne nos dias de prática não caía legal, além do @espaço Daniel Borges/@metodo de rose indicar o vegetarianismo como uma excelente escolha para sua Filosofia de vida. Naquele momento, uma campanha simples já tinha vindo a meu conhecimento, a Segunda Sem Carne, então decidi fazer a Segunda Sem Carne para agradecer e me desculpar com os animais. Um dia por semana era uma oferta possível. Juntando com os dias do yoga, eu teria reduzido meu consumo em 60%. Estava muito feliz com a idéia.
Fiz minha Segunda Sem Carne com amor pelos animais e terça e quinta seria com amor por mim mesma, já que era sobre o yoga. Decidi, por amor pelos animais, emendar quarta e sexta só pra ver o que seriam 5 dias seguidos. Aí, né? Já que ia fazer 5 dias, por que não respirar fundo e naquele primeiro final de semana ir sem carne também, emendando uma segunda na outra? Segui emendando uma segunda na outra por cerca de seis meses e depois desse período eu simplesmente parei de enxergar animais mortos como opção de alimento. Estava livre.
Comecei sim por amor aos animais, só que o benefício para minha saúde, minha vida, foi tão grande que eu não consigo dizer que é por eles. A recompensa por um sacrifício leve (sim! é muito leve!) foi tão real, grande e consistente que não dá pra dizer que minha decisão não incluiu benefício próprio.
Nesses primeiros seis meses, que era uma escolha e não automático, a @sociedade Vegetariana Brasileira foi minha grande fonte de instrução. Lá aprendi como me cuidar, o que comer, tudo o que precisava saber sobre nutrição e todos os anos, no meu check up, vejo o sorriso do meu médico, impressionado com resultados que são comparáveis a pessoas de 25 anos (eu tenho 41). Quando informei meu médico que tinha virado vegetariana estrita, ele falou: que ótimo, isso aumenta consideravelmente as chances de você nunca ser minha paciente de câncer. E isso porque ele come carne ocasionalmente.
Agora, depois de citadas as entidades decisivas no meu processo de veganização, não posso deixar de citar as pessoas que me ajudaram diretamente @laura @angelica @andressa @marcelo e a principal, @monica que além de ser tão comprometida e competente com a campanha Segunda Sem Carne, me inclui na SVB, sempre me chama pra tudo, está presente com a SVB em todas nossas atividades. Ela e o marido @guilherme, como outras pessoas, não tem uma convivência comigo que vá muito além da vida pela causa animal, até por falta de tempo de todos os lados, mas eu sei que eles me amam, assim como eu os amo muito também. É um sentimento de família, afinal, o que nos une é nossa melhor porção <3
Pra finalizar, quero dizer que sim, amo comer, amo muito, e picanha sangrenta era o que eu mais amava comer nesse mundo. Hoje, ser vegetariana estrita me faz MUITO mais feliz do que qualquer picanha fez qualquer dia. Se eu superei a carne, confie em mim, qualquer um pode superar.
Se você quer superar a banalização da crueldade que destrói o planeta, tortura e mata os animais e além disso te envenena, estarei aqui pra você, assim como estiveram pra mim.
Espero ver todos na festa do dia mundial do animal 29/10 na @naturedoghouse. Lá vai ter palestra sobre nutrição vegetariana! Confirme sua presença e confira a programação no link
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